Birras entre crianças a alta velocidade
20 de Fevereiro de 2023

As pequenas birras entre irmãos por causa de brinquedos ou guloseimas são bastante comuns em casas onde existem crianças pequenas. Na maioria dos casos, os pais resolvem estas pequenas discussões partilhando as coisas. Mas as circunstâncias tornam-se diferentes quando os irmãos da nossa história são duas estrelas bebés e a sua casa é uma “nuvem de formação de estrelas” na constelação de Oríon!
 
As estrelas bebés formam-se quando espessas nuvens de gás e poeira caem sobre si próprias ou “colapsam” devido à gravidade. Nem todos os materiais entram em colapso para formar uma estrela bebé. Um novo estudo mostra que parte do gás pode escapar-se a alta velocidade, fenómeno a que os cientistas dão o nome de “escoamento de alta velocidade”.
 
A maioria das estrelas forma-se em grandes grupos, como os cachos de uvas numa vinha. Por esta razão, a teoria prevê que, em alguns casos, o escoamento de gás a alta velocidade, proveniente de uma nuvem de formação estelar pode misturar-se com outro nas proximidades. A “mistura” resultante pode afetar a formação estelar na nuvem próxima. Até há pouco tempo, era muito difícil para os astrónomos confirmar esta previsão, já que os grupos de formação de estrelas estão localizados longe da Terra.
 
Com a ajuda do poderoso radiotelescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), astrónomos da Universidade de Kyushu, no Japão, observaram mais de perto uma região na constelação de Oríon, a cerca de 1.400 anos-luz de distância, onde estavam a nascer grandes grupos de estrelas. Para seu entusiasmo, viram um fluxo de gás proveniente de uma estrela bebé, numa região conhecida como FIR 3, a atingir a região próxima de formação estelar FIR 4, criando camadas de distúrbios energéticos ou “camadas de choque”.
 
Com esta nova observação, os astrónomos podem agora estudar melhor se a briga entre irmãos estelares tem efeito positivo ou negativo na formação de novas estrelas.


 
Imagem: Imagem composta das regiões FIR 3 e FIR 4 em OMC-2 (Nuvem Molecular de Oríon 2) criada a partir de dados do ALMA (vermelho: monóxido de carbono; laranja: poeira térmica; azul: monóxido de silício). A estrela verde marca a localização da estrela bebé na região FIR 3. A imagem mostra camadas de choque em redor da região FIR 4, bem como o fluxo da estrela bebé. Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), A. Sato et al.
 

Facto curioso

O ALMA é um radiotelescópio gigante, situado no Chile a uma altura de 5000 metros. É um telescópio poderoso que pode captar imagens de grande qualidade de ondas de rádio muito fracas, que contêm pistas para a formação de estrelas e planetas e também dos constituintes básicos da vida.

This Space Scoop is based on a Press Release from NAOJ .
NAOJ
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